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Soundscape Composition
Uma das formas de interpretar um lugar é através da Soundscape Composition, uma prática desenvolvida na década de 1970, no contexto do World Soundscape Project. Partindo deste princípio, este workshop pretende abordar a ‘escuta’ dos lugares que habitamos, como um acto perceptivo e fundamental para o conhecimento e envolvimento com o mundo. O surgimento da Soundscape Composition foi motivado por uma vontade de investigar e documentar as características sonoras das cidades ou paisagens medindo os níveis de poluição sonora e avaliando o seu impacto nas sociedades. Ao longo do tempo, com a produção de composições sonoras mais subjectivas desdobrando-se em espaços acústicos reais ou imaginários, a Soundscape Composition foi se tornando uma interpretação autoral e artística.
Ao explorar práticas experimentais de Soundscape Composition, pretende-se que através da ‘escuta’, os participantes adquiram uma maior consciência e conhecimento sobre o nosso envolvimento com mundo onde habitamos. Por fim, pretende-se que os participantes adquiram autonomia nos processos de gravação e produção de conteúdos sonoros, e na criação de composições sonoras de interpretação de um lugar ou paisagem. no workshop, sendo os principais: Sound Walk; Soundscape; Sounscape Composition; e Michael Southworth, Murray Shafer e Barry Truax.
Sobre o autor
Mariana P.C Dias (UL, FBA, CIEBA)
Artista Intermedia e investigadora, com mestrado em Arte Multimédia, pós-graduação em Arte Sonora e licenciatura em Design de Comunicação.
O seu trabalho artístico desenvolve-se no campo da arte sonora, vídeo experimental, arte performativa e instalação audiovisual. Centrada nos estudos do Som, mais especificamente na Ecologia Acústica, o seu trabalho é motivado pelo desejo de contribuir para equilibrar o peso entre as ‘imagens sonoras’ e as ‘imagens visuais’ na nossa percepção do mundo.
Actualmente é doutoranda em Belas Artes/Multimédia na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e o seu projecto de investigação artística intitulado "Antropofonia/ escutar a paisagem sonora de um 'corpo (humano) expandido', a partir da prática do vídeo performático" procura uma relação equilibrada entre ‘imagens visuais’ e ‘sonoras’ em função da percepção de um corpo humano invisível que se apreende através do som, utilizando as práticas da Soundscape Composition e do ‘vídeo performático’.
A quem se destina
A todos os interessados na importância da escuta e do som para a criação artística, de preferência, com conhecimentos básicos de utilização de softwares de edição de som (Garage Band, Adobe Audition, Audacity, Ableton Live, ou similares).
MATERIAIS NECESSÁRIOS
Blocos e canetas para anotações. Recomenda-se que os participantes tragam os seus próprios headphones. Serão disponibilizados aos participantes, gravador Zoom, e computadores com softwares de edição de som, caso os participantes não utilizem os seus próprios computadores.
Programa do curso
Breve introdução de alguns conceitos e autores importantes para os
conteúdos que irão ser trabalhados no workshop, sendo os principais:
Sound Walk; Soundscape; Soundscape Composition; e Michael
Southworth, Murray Shafer e Barry Truax.
Exercícios de consciencialização auditiva, com base nos exercícios propostos por Murray Schafer (1992) no livro A Sound Education: 100 exercises in Listening and Sound- Making.
Sound Walk da escola até ao lugar escolhido para interpretarmos sonoramente. Anotações dos detalhes do caminho e experimentação do(s) gravadore(s) disponíveis, para captar o som do percurso. ‘Experiência do lugar’ escolhido para interpretar, utilizando os gravadores e blocos de anotação para o registar. Recolha do material gravado por todos os participantes.
Discussão das ideias de cada participante para construir a sua interpretação subjectiva do local explorado, constituindo uma aproximação a uma Soundscape Composition.
Breve abordagem aos softwares de som. Experimentação e edição do material captado por todos.
Apresentações e partilha do trabalho criado por cada participante.
